Transportadoras de Santa Catarina têm 42,8% de queda no volume de cargas

Transportadoras de Santa Catarina têm 42,8% de queda no volume de cargas

A região Oeste do Estado ressente os reflexos da pandemia, mas mesmo diante de dificuldades, resiste para manter o setor ativo

Chapecó (15.4.2020)Santa Catarina é o 5º Estado que mais apresentou queda no volume de carga transportada no Brasil durante a quarentena do Covid-19. Ao todo, segundo pesquisa da NTC&Logística, acumulou 42,8% de redução em quatro semanas de isolamento e medidas restritivas. O número se aproxima do percentual estimado no início da terceira semana pelo presidente da Fetrancesc – Federação das Empresas do Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina, Ari Rabaiolli.

Rabaiolli acredita que este percentual seja muito maior, “porque Santa Catarina foi um dos primeiros Estados a terem medidas restritivas em virtude do isolamento”. Na semana passada ele já previa que a queda seria de aproximadamente 45%. No entanto, pelas informações que a Federação vem recebendo das empresas, informalmente “este número já se aproxima de 50%”. O líder do Transporte Rodoviário de Cargas de Santa Catarina enalteceu a importância de as empresas responderem à pesquisa da NTC&Logística. Acrescentou que o percentual de queda “nos preocupa muito, pois não há empresa que resista a uma redução deste patamar”. Prevê que o problema “será muito agravado de agora em diante”.

No ranking brasileiro, Santa Catarina fica atrás da Bahia (-55,8%), Mato Grosso do Sul (-55,7%), Pernambuco (-55%) e Pará (-54,4%). Além disso, o volume de cargas internacionais também caiu 56,7% no Brasil. Dados gerais apontam que a variação total de queda do volume de cargas transportada somou -43,9%, para um total de 87% de empresas que apresentaram queda. Em um comparativo, na primeira semana foram -26,1% para 66% de empresas; segunda semana -26,9% para 71% das empresas; e terceira semana -38,7% para 82% das empresas. Ao segmentar por tipos de carga transportada, a pesquisa aponta redução de 46,28% nas cargas fracionadas e -41,84% na lotação.

Para o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, essa é uma situação que preocupa, “principalmente porque a cada semana estamos vendo esse número aumentar e sabemos o quanto de fato vem causando prejuízos ao setor”. Pelucio disse “estar torcendo” para que a retomada ocorra, “mesmo que aos poucos, dando atenção às devidas precauções de higiene para manter a saúde de todos os envolvidos”.

Ari Rabaiolli entende ser preciso “criatividade, capacidade de pensar à frente e disposição para se reinventar neste momento de incertezas”, sobretudo após a quarentena. “Somente assim enxergamos uma luz no fim do túnel para não pararmos nossas atividades, porque se o transporte parar, o Brasil não suportará”.

Oeste no mesmo ritmo – A exemplo do Estado e País, no Oeste ouve acentuada queda no volume de cargas “e isso traz grande preocupação”, disse o presidente do SITRAN Chapecó (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística), Deneraci Perin. O grande Oeste possui uma das maiores concentrações de caminhões do Sul do Brasil, com expressivo número de empresas do Transporte Rodoviário de Cargas – TRC, parcialmente afetadas pelas medidas de combate ao coronavírus.

Perin justifica que um dos principais motivos da redução de cargas é o “fechamento” do Estado de São Paulo, principal centro consumidor do País. A região tem na agroindústria a mais forte base da economia e as empresas do TRC são responsáveis por levar os produtos industrializados aos grandes centros do país “principalmente São Paulo”, reforça. Apesar do quadro nebuloso, as empresas de Chapecó e Região mantém a resistência como fator decisivo ao desenvolvimento da atividade evitando prejuízo ao abastecimento da população.

Assessoria de Imprensa FETRANCESC/SITRAN

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