Por um fio: Alto custo de manutenção ameaça subsistência do transportador

Por um fio: Alto custo de manutenção ameaça subsistência do transportador

Defasagem no valor do frete compromete a sobrevivência das empresas do setor

Chapecó (27.06.2013) – Colocar a frota de caminhões na estrada está sendo cada vez mais difícil. O transportador não suporta mais o pesado custo de manutenção e não descarta a possibilidade de repensar a atividade. São vários fatores que eventualmente podem impedir a continuidade do transporte com consequências desastrosas. Mantido o cenário “poderá existir escassez de caminhão para atender a demanda”, alerta o presidente do sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Chapecó – Sitran, Deneraci Perin. O transportador mantém pré-disposição de continuar seu negócio suportando prejuízos “mas há limites para isso”.

Ao manifestar “a grande preocupação do Sitran com seus associados”, o dirigente destacou que “existe data de validade” para uma situação adversa “que se arrasta há algum tempo”. Nenhum empreendimento “por mais sólido que possa ser” resiste a frustrações desta natureza. A lei 12.619 (regulamenta a profissão de motorista) é o que causa um dos maiores impactos. Em vigor a mais de um ano, a legislação precisa ser rigorosamente cumprida e isso exige grande aporte financeiro.

O choque é sentido ainda, decorrência de vários outros fortes componentes que contrariam à ativa continuidade do transporte de cargas. Entre eles o aumento do custo com rastreamento, setor contábil e salários. Estes itens causam impacto médio de 4,63% no valor do frete. Paralelo, surgem os pesados custos de manutenção do caminhão (também devido às péssimas condições das rodovias), óleo diesel, lubrificantes e pneus que causam insuportável defasagem no frete.

Mais um percentual comprometedor de 4,98% é provocado pela rodagem dos caminhões Euro 5. Dotado de alta tecnologia, estes modelos usam produtos especiais como o diesel S10 e o reagente Arla, eliminador de poluição. Os produtos são benéficos por que melhoram a qualidade de vida e do meio ambiente. Esse tipo de caminhão representa 25% da frota regional.
 
Sustentabilidade ameaçada – O Sitran lamenta por que existem embarcadores (tomador de serviço) que não estão nada preocupados se o combustível para proteção ambiental é ou não utilizado, muito menos com as evolutivas perdas no valor do frete. Enfatiza que equipes logísticas dos embarcadores são especialistas em baixar frete o máximo possível, sem considerar o custo mínimo. Com a atitude, atendem só a abundante disponibilidade de caminhões. O próprio ministério do trabalho condena a prática, citando que os contratantes “se valem da grande oferta para exigir fretes baixos e impor prazos ínfimos, facilitando a concorrência desleal e dificultando a sobrevivência de empresas mais organizadas”.

O momento desconfortável causa agonia por que restringe a atuação do transportador que se vê acuado e preso a um sistema desproporcional. As empresas já não são mais auto sustentáveis. Diante isso, a vida do empreendimento tonar-se efêmera, caracterizando grave ameaça à permanência do transportador no mercado.
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Foto: Transportadores de cargas já superaram o limite do suportável
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Assessoria de Imprensa Sitran

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