A vivência de quem persistiu diante dos desafios do mundo do transporte e conseguiu edificar uma trajetória de sucesso merece ser compartilhada. Para inspirar outros empresários, a Fetranslog recebeu nesta quinta-feira, 13 de novembro, a primeira noite do projeto Histórias de Vida no Transporte, com os empresários Etelvino Gral e Lenoir Gral, da Transportes Gral. Implantado há dois anos pelo Sindicato das Empresas de Transporte e Logística (Sitran), o evento deste ano foi organizado pela Comissão de Jovens Empresários e Executivos do Transporte de Chapecó (ComJovem).
Na abertura, a coordenadora da ComJovem, Ana Pellizza, e a vice-coordenadora, Letícia Framento, reforçaram a importância do evento em reconhecer histórias de superação, dedicação e legado no transporte rodoviário de cargas. Referência no mundo do transporte, de forma descontraída e com mediação de Cristina Gral, Etelvino e Lenoir compartilharam um pouco da história, dificuldades, oportunidades, as evoluções e as satisfações.
Etelvino Gral contou que nasceu na cidade de Marau, no Rio Grande do Sul, e que em 1966 migrou com sua família para a cidade de Caxambu do Sul, na Linha Barra do Gavião. “Ajudei na lavoura até os 20 anos, depois me casei e tive os filhos Lenoir, Airton, Gerson, Joares, Magali e Juliana, abri pequeno comércio local em sociedade com meus irmãos, que depois resolveram se desligar e vender para mim suas partes”, disse o patriarca.
PRIMEIRO CAMINHÃO E VISÃO DIFERENCIADA
No seu comércio, Etelvino lembrou que passou a revender produtos de produtores de milho, feijão, soja e até mesmo de animais. Assim, pensando em melhorar seus negócios, foi então que adquiriu seu primeiro caminhão para o transporte da produção. O segundo caminhão veio em 1984, “diante da necessidade para negociações na cidade de Chapecó”.
Em sua fala, Lenoir destacou que “pioneiro, em 1986, o pai com uma visão diferenciada veio para Chapecó, fixou a residência e instalou a empresa de transportes”. Também abordou que a maior parte dos caminhões eram “fichados na Sadia” e que com outros caminhões eram feitos diversos transportes, através de 11 caminhões truck e uma carreta. Lenoir indicou a oportunidade que surgiu em 1994, de fazer transporte internacional no Mercosul, entre Brasil e Argentina. Especificou que com o crescimento da frota, em 1995 as instalações da empresa foram transferidas para o local onde está hoje, na Avenida São Pedro.
EVOLUÇÃO, DIFICULDADES E ESPERANÇA
Questionado sobre como foi acompanhar a evolução da tecnologia, Lenoir citou que “tudo ainda está evoluindo, semanalmente há novidades, mas lembro que a maior revolução da tecnologia foi o fax”. Já Etelvino rememorou que na trajetória inúmeras vezes ele e os filhos descarregaram carretas areia na base da pá, inclusive aos domingos. Também sintetizou o que mais lhe dá motivo de orgulho é crescer com a família toda ajudando e com saúde e enalteceu o papel dos funcionários: “Vale a pena a gente lembrar dos colaboradores, porque sem eles a gente não faz nada”.
Com uma história de 58 anos, 400 veículos na frota e 600 colaboradores, a Transportes Gral é feita de família para famílias. Quanto às dificuldades, Etelvino indicou que para os próximos anos é a falta de gente. Lenoir complementou sobre a necessidade de ser persistente, “porque os que trabalharem um pouco mais vão chegar lá na frente” e disse do cuidado que se deve ter com a sucessão, para que os substitutos deem continuidade à empresa.
EXTRA COMUNICA – Hugo Paulo Gandolfi de Oliveira-Jornalista/MTE4296RS – 14/11/2025
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